Perícia médica ou avaliação médica? Saiba qual realmente precisa

Perícia Médica Avaliação Pericial

Escrito em: 2025-10-14

Perícia médica ou avaliação médica? Saiba qual realmente precisa

É comum confundir uma consulta médica tradicional com uma perícia médica. Ambas envolvem a avaliação do estado de saúde de um paciente, mas servem finalidades muito distintas. Porque uma perícia médica é muito mais do que uma simples avaliação clínica, esta confusão pode atrasar e condicionar negativamente a decisão final de processos importantes como a reforma por invalidez, indemnização por acidentes, juntas médicas ou a ativação de seguros.

 

Neste artigo, explicamos em detalhe quais são as diferenças fundamentais entre perícia médica e avaliação médica comum, quando recorrer a cada uma e como garantir que o relatório obtido tem valor legal.



O que é uma avaliação médica comum?

 

Uma avaliação médica, também conhecida como consulta clínica, é realizada por um médico assistente (ex: médico de família, especialista em ortopedista, psiquiatra, etc.) para:

 

  • Diagnosticar uma condição de saúde;
  • Definir um plano de tratamento;
  • Avaliar a evolução de uma doença;
  • Aconselhar o doente sobre cuidados médicos.

É um ato clínico orientado para a relação terapêutica entre médico e paciente.

 

Quando se realiza?

 

As avaliações médicas comuns ocorrem:

 

  • No sistema público de saúde (SNS);
  • Em unidades de cuidados continuados;
  • Em hospitais privados ou clínicas;
  • Em consultas de seguimento com especialistas.

São fundamentais para o tratamento clínico, mas não são suficientes quando o objetivo é comprovar legalmente uma condição médica.



O que é uma perícia médica?

 

A perícia médica é uma avaliação médico-legal, realizada por um médico perito com competência em peritagem, e tem como principal objetivo:

 

  • Analisar de forma objetiva e imparcial o estado de saúde de uma pessoa;
  • Emitir um parecer técnico fundamentado, com valor probatório;
  • Ser utilizada como prova em processos administrativos, judiciais ou da segurança social.

Não há relação terapêutica entre o perito e a pessoa avaliada. O foco é exclusivamente pericial.

 

Exemplos de quando é necessária

 

A perícia médica é exigida ou recomendada em casos como:

 



Quais são as principais diferenças?

 

Critério

Avaliação Médica Comum

Perícia Médica

Finalidade

Diagnóstico e tratamento

Avaliação para efeitos legais

Relação com o paciente

Terapêutica e contínua

Imparcial e sem vínculo clínico

Utilização do relatório

Interno e clínico

Externo, usado em processos formais

Formato do relatório

Linguagem clínica, pouco padronizada

Estrutura técnico-legal rigorosa

Validade legal

Limitada para fins administrativos

Elevada – aceite em juntas, tribunais.

Realizado por

Médico assistente (SNS ou privado)

Médico perito competente



Porque é que muitas pessoas se confundem?

 

É comum pensar que um relatório do médico assistente pode substituir uma perícia médica. No entanto, esses documentos muitas vezes não seguem as exigências formais necessárias nem são fundamentadas para obter o resultado pretendido. Muitos pedidos são recusados ou atrasados porque a documentação entregue não tem valor probatório adequado.

 

Exemplo prático

 

Imagine que um utente pretende obter reforma por incapacidade. Leva à junta médica apenas os relatórios do seu ortopedista.

Se esses relatórios forem meramente clínicos, sem descrição do impacto funcional e sem enquadramento legal, podem não ser suficientes.

Já uma perícia médica independente estruturada, com fundamentação técnica e aplicação dos critérios da legislação em vigor, tem muito mais peso. 



Como garantir um relatório com valor legal?

 

1. Solicite uma perícia médica formal

 

Recorra a uma entidade especializada em pareceres técnico-legais. A Honnus, por exemplo, disponibiliza perícias médicas independentes, com entrega de relatório completo e fundamentado conforme o objetivo pretendido. 

 

2. Verifique que o médico é perito

 

O perito deve:

 

  • Estar inscrito como médico/a na Ordem dos Médicos;
  • Ter competência em Avaliação do Dano Corporal e/ou Peritagem em Segurança Social;
  • Garantir que o perito o acompanha em todo o processo, incluindo junta e julgamento;
  • Garantir imparcialidade para evitar criar falsas expectativas.

3. Utilize o relatório em processos específicos

 

O relatório de perícia médica pode ser usado em:

 

  • Apresentar uma 2.º opinião escrita em recursos a juntas médicas;
  • Contestar decisões em litígios com seguradoras;
  • Correto preenchimento de formulários em pedidos de subsídios ou pensões.



Conclusão

 

Diferenciar uma avaliação médica comum e uma perícia médica pode evitar frustrações, atrasos e recusas em processos legais e administrativos. Perícia médica: quando a medicina precisa de provas, não apenas de diagnósticos. Enquanto a primeira é essencial para tratar, a segunda é indispensável para comprovar.

 

Se está a enfrentar um processo deste tipo, invista numa perícia com valor legal real — e obtenha o melhor resultado possível com profissionais.

Escrito por
Equipa Honnus
Equipa Honnus

Uma equipa multidisciplinar que colabora com a Honnus para divulgar informação rigorosa e humana

Voltar