Escrito em: 2025-05-06
Ter um seguro de vida é uma medida essencial para proteger financeiramente a sua família em situações de risco. No entanto, nem sempre o processo decorre como esperado. Em alguns casos, as seguradoras recusam o pagamento do capital segurado, criando um momento de grande incerteza para os beneficiários.
Neste artigo, explicamos detalhadamente as razões mais comuns para a recusa, o que deve fazer para reagir e como uma perícia médica independente pode ser crucial para garantir os seus direitos.
As seguradoras baseiam a aceitação ou recusa de pagamento do seguro de vida numa análise rigorosa dos termos da apólice, do histórico médico do segurado e da causa da morte ou da incapacidade.
As razões mais comuns para recusa incluem:
• Omissões na declaração inicial de risco: Ao contratar o seguro, o segurado deve preencher um questionário detalhado sobre o seu estado de saúde. Se houver omissões (mesmo involuntárias) como esquecer de declarar hipertensão, diabetes, cirurgias prévias ou hábitos como o tabagismo, a seguradora pode alegar que o contrato é nulo.
• Exclusões específicas da apólice: Algumas apólices preveem exclusões explícitas para situações como suicídio nos primeiros dois anos da apólice, prática de desportos radicais, consumo excessivo de álcool, entre outros.
• Documentação incompleta ou inconsistente: Falta de relatórios médicos detalhados ou discrepâncias entre documentos apresentados podem gerar recusa automática.
• Interpretação desfavorável da causa do sinistro: A seguradora pode argumentar que a doença que originou o sinistro já existia à data da contratação ou que não é coberta nos termos da apólice.
Antes de assinar qualquer contrato de seguro, é fundamental ler atentamente as condições gerais e especiais da apólice e preencher o questionário de saúde de forma rigorosa e honesta.
A recusa de pagamento afeta diretamente os beneficiários, trazendo consequências graves como:
• Perda de apoio financeiro crucial, muitas vezes necessário para pagar dívidas, hipotecas ou despesas de funeral.
• Complicações jurídicas, forçando a abertura de processos judiciais demorados e dispendiosos.
• Sobrecarga emocional e psicológica, num momento já delicado.
Por isso, é vital agir com rapidez e estratégia logo após receber a comunicação de recusa.
Receber uma recusa pode ser devastador, mas existem passos concretos que pode tomar para tentar reverter a decisão:
Leia com atenção a carta de recusa e identifique:
• O artigo da apólice invocado.
• A base médica ou documental da decisão.
• Prazos para contestação.
Guarde toda a documentação relacionada, incluindo cartas, emails e registos de comunicações telefónicas.
Recolha todos os documentos relevantes, como:
• Relatórios de internamento hospitalar.
• Exames clínicos.
• Registos médicos anteriores à contratação do seguro (se disponíveis).
Esta documentação será fundamental para reavaliar a decisão da seguradora.
3. Solicitar reavaliação interna
• Confirmação do nexo causal entre o evento e a cobertura contratual.
• Identificação de falhas técnicas nos argumentos da seguradora.
• Produção de relatórios médico-legais preparados para serem usados em sede judicial.
Erro comum: Muitas famílias limitam-se a entregar documentação clínica básica, sem reforçar o pedido com pareceres periciais — reduzindo assim drasticamente as suas hipóteses de sucesso.
• Condições pré-existentes mal avaliadas: Perícias provaram que a doença declarada não teve ligação direta com a causa da morte.
• Interpretação errada de cláusulas de exclusão: Foi possível demonstrar que a situação ocorrida estava, afinal, coberta pelo contrato.
• Recusas baseadas em documentação incompleta: A submissão de relatórios médicos detalhados e perícias independentes obrigou a seguradora a rever a sua posição.
Cada caso é único, e o sucesso depende da força técnica e legal dos argumentos apresentados.
O Atestado Médico de Incapacidade Multiusos é essencial em muitos processos para comprovar graus de incapacidade. No entanto, para efeitos de seguros de vida, as seguradoras exigem normalmente relatórios médicos mais específicos e ajustados aos critérios contratuais.
Nota importante: Um atestado multiusos, isoladamente, pode não ser suficiente para validar o pedido de ativação do seguro.
A Honnus oferece um serviço especializado para beneficiários de seguros de vida:
• Consultoria técnica inicial, para analisar o caso e identificar estratégias de ação.
• Perícias médicas independentes, com entrega de relatórios detalhados.
• Apoio na preparação de recursos administrativos e processos judiciais.
• Acompanhamento integral até à resolução do processo.
A nossa experiência permite-nos defender com eficácia os direitos dos clientes em contextos de litígio com seguradoras.
Receber a recusa do seguro de vida é um momento difícil, mas não representa o fim do caminho. Com informação correta, documentação adequada e o suporte de especialistas em perícia médica, é possível reverter muitas decisões injustas. Aposte na força da evidência técnica e não desista dos seus direitos.