Como obter uma segunda opinião médico legal legalmente válida

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Escrito em: 2025-07-16

Como obter uma segunda opinião médico legal legalmente válida

Quando se enfrenta um diagnóstico grave, uma proposta de tratamento invasivo ou o resultado de uma perícia médica com implicações legais (como numa junta médica, seguro ou reforma), é natural — e prudente — procurar uma segunda opinião. No entanto, nem todas as segundas opiniões têm o mesmo valor. Para poder ter efeitos legais ou ser usada em processos administrativos, ou judiciais, essa avaliação deve seguir critérios formais e técnicos. 

 

Neste artigo, explicamos como funciona a segunda opinião médica, quando a deve pedir, e como garantir que tem validade legal.



O que é uma segunda opinião médica?

 

Uma segunda opinião médica consiste na avaliação independente do caso por outro profissional de saúde, distinto do médico que emitiu a primeira opinião. O objetivo é confirmar, complementar ou, nalguns casos, contestar o diagnóstico, a gravidade da condição, o tratamento recomendado ou a previsão de incapacidade funcional.

 

Ao contrário do que muitos pensam, a segunda opinião não precisa de confirmar a primeira — e é precisamente na divergência que pode residir a sua utilidade.

 

Tipos de situações em que é recomendável

 

Solicitar uma segunda opinião é especialmente útil em casos como:

 

  • Diagnósticos de doenças graves ou crónicas;
  • Propostas de tratamentos invasivos ou irreversíveis;
  • Divergência entre o diagnóstico médico e a avaliação funcional feita numa junta médica de um acidente;
  • Processos de reforma antecipada por incapacidade;
  • Litígios com seguros de vida ou acidentes pessoais;
  • Avaliação da aptidão para o trabalho ou reconversão profissional.



Quando é que uma segunda opinião médica é legalmente válida?

 

Para que uma segunda opinião tenha valor legal — ou seja, possa ser usada como prova técnica num processo de reforma, junta médica, contencioso administrativo ou processo judicial — deve obedecer a certos critérios:

 

  • Ser emitida por um médico inscrito na Ordem dos Médicos, com formação adequada e sem conflito de interesses com as entidades envolvidas;
  • Basear-se em documentação clínica completa, incluindo exames, relatórios prévios, histórico clínico e tratamento efetuado;
  • Ser redigida num relatório técnico formal, com linguagem objetiva, médica e legalmente admissível segundo as diretrizes técnico científicas;
  • Fundamentar tecnicamente as conclusões, com referência a normas clínicas e boas práticas médicas;
  • Indicar de forma clara se existe ou não incapacidade funcional, com base em critérios objetivos.

Importante: Opiniões médicas genéricas, não documentadas ou prestadas verbalmente (como consultas informais ou pareceres não assinados) não têm valor legal em processos formais.

 

A diferença entre uma consulta e uma perícia médica

 

Muitos confundem segunda opinião médica com uma simples consulta de especialidade. Embora ambas possam ter utilidade clínica, só uma perícia médica devidamente estruturada e documentada pode ser apresentada em tribunal ou junta médica.

 

A perícia médica independente tem características formais:

 

  • Realizada por um perito imparcial e especializado;
  • Segue critérios médico-legais;
  • É acompanhada por um relatório técnico com valor probatório;
  • Pode ser usada como peça essencial em processos de recurso ou impugnação de decisões administrativas, ou judiciais.



Como pedir uma segunda opinião médica com validade legal?

 

1. Reúna toda a documentação clínica

 

Antes de agendar a avaliação, junte:

 

  • Relatórios médicos anteriores;
  • Exames complementares (imagens, análises, neuropsicológicos, etc.);
  • Relatórios da junta médica, se aplicável;
  • Correspondência com entidades como seguradoras ou Segurança Social.

Organize os documentos cronologicamente e identifique os pontos de dúvida ou divergência.

 

2. Contacte uma entidade especializada em perícias médicas

 

Evite recorrer apenas a clínicas privadas ou hospitais sem experiência em pareceres técnico-legais. Dê preferência a serviços especializados em perícias, como os da Honnus, que garantem:

 

  • Avaliação por peritos credenciados;
  • Relatórios técnico-legais formalmente admissíveis;
  • Entrega rápida, inclusive em casos urgentes.

Saiba mais sobre os benefícios de uma perícia médica especializada.

 

3. Solicite o relatório final com todas as exigências legais

 

Peça que o relatório inclua:

 

  • Identificação completa do perito;
  • Resumo clínico detalhado;
  • Fundamentação técnica com base na evidência científica;
  • Conclusões objetivas sobre diagnóstico, prognóstico e funcionalidade.

Este relatório será a base para qualquer processo de recurso, impugnação ou reforço documental.



O que fazer com a segunda opinião médica?

 

Após obter o relatório, pode:

 

  • Apresentá-lo numa nova junta médica, como suporte à sua posição;
  • Anexá-lo a um recurso na Segurança Social, CGA ou companhia seguradora;
  • Usá-lo como base técnica em processos de contencioso judicial (ex: ações contra seguradoras ou decisões administrativas);
  • Juntá-lo a pedidos de atestado multiusos ou reavaliação de grau de incapacidade.

 

Conclusão

 

A segunda opinião médica é mais do que um direito — é uma ferramenta essencial para garantir que as decisões tomadas sobre a sua saúde e os seus direitos são justas, fundamentadas e transparentes. Mas para ter valor legal, deve ser obtida com rigor, por meio de uma perícia médica independente, bem estruturada e tecnicamente fundamentada.


Se está perante um diagnóstico contestado, um pedido de reforma recusado ou uma junta médica desfavorável, agir com base numa segunda opinião médica legalmente válida pode mudar completamente o rumo do seu processo.

Escrito por
Equipa Honnus
Equipa Honnus

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